Não é difícil perceber que o Design é uma área muito ampla. Podemos cursar as mesmas disciplinas, frequentar a mesma universidade e ainda assim nos formaremos com conhecimentos muito variados entre si. Isso, apesar de parecer complexo, é algo maravilhoso. Há tantas vertentes, tantos profissionais com diferentes habilidades, interesses. Nada torna o Design tão rico quanto sua pluralidade.
Por essa razão, cada vez mais rapidamente, o design vem se integrando com todas as formas de tecnologia e, a partir dela, brinca de muitas maneiras com as percepções humanas: os cinco sentidos. A visão, o tato, o paladar, o olfato e a audição, se explorados da forma correta, podem proporcionar, em conjunto ou não, experiências interativas, inovadoras e inesquecíveis.
Existe, entretanto, uma tendência de elementos relacionados à visão serem muito mais notados do que quaisquer outros; as mídias audiovisuais, por exemplo, chamam atenção por conta da quantidade de cores e sons que transmitem constantemente; redes sociais se utilizam, em sua maioria, de imagens. Acostumadas à tal realidade, as pessoas acabam vidradas e tornam-se seres passivos em relação ao conteúdo que consomem diariamente.
O design sensorial é uma tendência que se propõe a quebrar o padrão de soluções unicamente visuais e incentiva o uso dos outros sentidos para uma imersão mais profunda com o lugar ou objeto em questão. Fazer com que as pessoas saiam da inércia e sintam que estão realmente interagindo com o ambiente em que elas se encontram é o grande diferencial.
A importância de vender experiências, e não puramente produtos e serviços, é enorme. Um bom exemplo é o Starbucks Reserve. Uma loja construída para proporcionar não apenas uma saborosa bebida ao cliente, mas sim uma onda de emoções e sensações que, com certeza, marcarão mais sua memória do que um simples pedido de café da tarde.
O Starbucks Reserve é uma unidade do Starbucks feita de uma forma diferenciada: é muito grande, tem decorações impressionantes, o que já prende o olhar de quem passa. É ambientado com música, agradável aos ouvidos. Por fim, sua grande carta na manga: é possível acompanhar a produção do café, desde os grãos sendo moídos ao copo chegando em sua mesa. Os sons, os cheiros e sabores envolvem os clientes de maneira que se sentem realmente conectados ao lugar, transformando um pedido comum numa boa experiência.
Podemos ver claramente a importância dessa vertente do design na vida das pessoas: mudam seu jeito de interpretar serviços, objetos, o mundo em si. Por esse motivo, acho extremamente interessante trabalhar e aprender mais sobre design multissensorial e, por mais que ainda não saiba muito sobre o assunto, pensar em novas ideias e contribuir para uma área que está em constantes mudanças, tão rica e ampla.
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